Reunidos em
audiência pública na ALMG, representantes da categoria marcaram assembleia para
o dia 8 de novembro.
Líderes de todas as
entidades representativas dos servidores da segurança pública de Minas Gerais
marcaram para o dia 8 de novembro, às 14 horas, uma assembleia geral para
definir ações de pressão ao Governo do Estado. Eles querem o retorno do
pagamento dos salários para o quinto dia útil, a definição de reajuste para a
categoria e a garantia da quitação do 13º em dia. A medida foi aprovada em
audiência pública realizada nesta quarta-feira (19/10/16), no Plenário da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), pela Comissão de Segurança
Pública. Nenhum representante do governo compareceu à reunião.
A data também foi
escolhida por outras categorias do serviço público estadual para uma
paralisação geral com base nas mesmas reivindicações, segundo informou o presidente
do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sindepominas), Marco Antonio de
Paula Assis.
O presidente da
comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), que também é autor do requerimento
para a audiência, reclamou das dificuldades financeiras que os policiais têm
enfrentado em função dos atrasos e do parcelamento dos salários. Disse, ainda,
que a data-base dos servidores é 1º de outubro, mas não houve nenhuma atitude
do governo para decidir a recomposição das perdas. “Estamos há quase dois anos sem
revisão salarial”, afirmou.
O deputado Sargento
Rodrigues conclamou os participantes que lotaram o Plenário e as galerias a
participarem de manifestações para exigir uma resposta do governador Fernando
Pimentel. “É preciso a união de todas as forças de segurança pública”, disse
ele, ao considerar a audiência pública “o último alerta” para Pimentel.
O deputado federal
Subtenente Gonzaga (PDT-MG) defendeu ações mais concretas para que a categoria
alcance os objetivos debatidos na audiência pública. Listou ocupações de
espaços públicos, interdição de estradas e outras vias e a greve como formas da
pressão. “Já fomos por demais tolerantes e compreensivos”, disse.
“A luta sindical
não faz sentido se ficar só no gabinete, só no 'zap-zap'”, provocou o
presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol), Denilson
Martins, que também defendeu a greve da categoria.
O delegado Marco
Antonio Assis também defendeu mais pressão sobre o governador. “Convoco todos
os delegados e toda a categoria a se fazerem presentes em todas as
manifestações daqui para a frente”.
Militares temem retrocesso
Os presidentes da
Associação dos Militares Estaduais Mineiros (Amem), tenente-coronel Norberto
Rômulo Russo, e do Centro Social dos Cabos e Soldados, cabo Álvaro Rodrigues
Coelho, compararam a situação atual da categoria com o que chamaram de “época
pré-97”, referindo-se ao movimento grevista dos praças da PM realizado em 1997.
Ambos disseram não
desejar retornar àquele período, no qual os policiais tinham baixos salários. O
cabo lembrou que muitos dependiam de cestas básicas doadas por instituições da
categoria. “Esse tempo acabou”, disse. “É preciso parar as atividades dentro
dos quarteis”, reforçou o tenente-coronel.
O diretor do
Sindicato dos Escrivães de Polícia (Sindep-MG), Paulo Fernando Silveira
Ribeiro, também foi incisivo nas críticas ao Governo do Estado. “Governo que
não se interessa pela segurança e que não se interessa pela sociedade, não
governa”, afirmou.
Em tom ameaçador, o
delegado Marco Antonio de Paula Assis afirmou que a Polícia Civil não é lugar
para covardes. “Temos que ser valentes com todos que cometem crime, mesmo que
seja o governador”, disse. Para ele, Pimentel comete crime ao não assumir com
responsabilidade a condução da segurança pública no Estado.
Deputado critica uso de recursos públicos
O deputado Sargento
Rodrigues criticou a gestão dos recursos públicos pelo governador. Ele disse
estranhar que Pimentel justifique falta de verbas para investir na segurança
pública, enquanto gasta com viagens e publicidade. Segundo o parlamentar,
apenas neste ano, o governo gastou quase R$ 1 milhão em fretamento de aviões.
O parlamentar disse
que, além dos salários, o governo também tem atrasado o pagamento de diárias,
ajudas de custo e até férias-prêmio para os servidores da segurança pública.
Reclamou, ainda, que foram reduzidos os investimentos no setor. “Se diminui o
investimento em segurança, reduz-se a capacidade de resposta das polícias”,
advertiu.
O presidente do
Sindicato dos Peritos Criminais (Sindpecri-MG), Wilton Ribeiro de Sales,
afirmou que as viaturas estão sucateadas e os policiais passando por
dificuldades com os atrasos. Já o presidente do Sindicato dos Delegados, Marco
Antonio Assis, disse não aceitar mais a desculpa da “herança maldita” usada
pelo governador em relação à gestão anterior. “A fatura vai chegar e não vai
demorar”, alertou.
Fonte: http://www.almg.gov.br/
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